Panta rei dizia Heráclito. Tudo flui. Não nos banhamos jamais no mesmo rio, porque o rio jamais é o mesmo. Leva embora prontamente o que foi, ora plácido, ora torrencial, e sem hesitação.
Tudo flui, fluir teimoso e incessante, renovação em nanobits numa escala de 10 elevado à potência negativa -9. Nano, o bilionésimo de um metro. Medida de tempo e espaço improvável, de 0,000000001m. Como segurar? O tempo escorre, e com ele o espaço, que só existe como função do tempo. Ou vice-versa. Vastidão inimaginável de potenciais e recursos possíveis; alguém aí para me dizer o que posso criar, inventar, construir alegremente no próximo piscar de olhos? Só mesmo eu.
Crio saúde, invento alegria, construo beleza. Se quiser.
Expandir ou recolher, os dois movimentos assinalam a possibilidade de navegar o infinito. Duas faces da mesma moeda. Se ficar chato, é só focar a intenção que encerra em si o livre arbítrio, gerado na infinita confiança da escuta aguçada de um saber inusitado e sempre presente. É simples, mas custa acreditar: é ali que se esconde a fé que dissolve o medo. Uma vez confortável nos túneis da pulsação do próprio coração, aquela pulsação um pouco misteriosa, às vezes até ruidosa, que se manifesta em inúmeros locais desse espaço que criamos e que chamamos de meu corpo, a tagarelice da pequena mente dá-se conta de que é tanto espaço, que ela desiste de prenchê-lo com os conteúdos que orgulhosamente chama de seus. Exausta enfim, cala-se.
Nessa quietude, a informação pulsante daquele saber armazenado nos túneis do tempo passa a fluir com livre acesso e passagem para tudo e todos. Pulso que sabe da rigidez e flexibiliza. Que conhece a contração, e oferece relaxamento. Que intui as raivas e só assopra. Que abraça o medo para desmanchá-lo.
O pulso que flui só quer continuar na fluidez da miudeza do nanobit, não sabe do apego ao aconchego do hábito escondido entre as pregas do que é familiar e que portanto confere alguma forma de certeza àquilo que criamos como sendo um eu. O pulso é EU e flui, posiciona-se no todo do universo obedecendo às leis imutáveis dos campos que ora atraem, ora repelem, na dança do eletromagnetismo.
A dor dissolve, o medo transmuta. O reposicionamento dos campos acontece sem esforço e, se estivermos em modo permissão, aflora a saúde perfeita.
4 respostas para “Fluxo e cura”
Lucia… que beleza e profundidade seu texto!! Chegando em boa hora. Um bj com muito carinho e gratidão!
Querida, que satisfação, receber um feedback vindo de vc! Beijos e carinho tb
Mais uma vez voce me surpreendeu! Agradeço de coraçao!!!
Olá querida, mais uma vez o seu texto me emociona e reconforta, agradeço de coraçao!