De súbito, tudo fez sentido: pedir perdão a mim mesma, de igual para igual, sem condescendência nem falsa humildade, limpava dentro de mim miríades de frações múltiplas e desconhecidas do campo de percepção que divido com o outro. Com qualquer outro. Não com o outro específico, aquele a quem se imputou a culpa ilusória. Um campo infinito salpicado de mal-entendidos oriundos da cegueira coletiva condicionada de bilhões de pequenos eus.